Sem conciliação no TRT, operários decidem, nesta 5ª, se greve continua

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8 de maio de 2013

Nesta quinta-feira, trabalhadores farão passeata até prédio novo da Petrobras, em Cubatão

Não houve conciliação, em audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), na tarde desta quarta-feira (8), quanto à greve dos 10 mil operários das empreiteiras do polo industrial de Cubatão.

A única novidade foi que a vice-presidente do TRT, Rilma Aparecida Hemetério, aumentou de 1% para 1,5% o aumento real da sua primeira contraproposta, apresentada na audiência de terça-feira (7).

As empreiteiras Tomé, Potencial e IMC Sate, por sua vez, discordaram da proposta da juíza e rejeitaram a que os trabalhadores formularam, em assembleia na manhã desta quarta-feira (foto anexa).

Essa proposta estabelecia 12% de reajuste salarial, vale alimentação de R$ 18, participação nos lucros ou resultados (plr) equivalente a 1,33 salário, estabilidade após a greve e pagamento dos dias parados.

A assembleia também propôs equiparação salarial dos eletricistas montadores, que ganham R$ 6,56 por hora, com os montadores de andaimes e mecânicos montadores, que ganham R$ 7,90.

A vice-presidente do TRT havia proposto, na primeira audiência, antes das empreiteiras, uma conciliação com reajuste pelo INPC, aumento real de 1% e vale de R$ 18.

Originalmente, a categoria reivindicava o INPC, 8% de aumento real e vale alimentação de R$ 20. O resultado da audiência de hoje (8) será votado na assembleia de amanhã (9), às 8 horas.

Passeata

O Sintracomos enviou ofício à Polícia Rodoviária, nesta quarta-feira, pedindo cobertura para a passeata que os grevistas farão, nesta quinta-feira (9), após a assembleia marcada para as 8 horas.

Eles sairão do portão 10 da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC) e seguirão, pela Rodovia Dom Domênico Rangoni, até o novo escritório da Petrobras, na Avenida 9 de Abril.

 

Empresas desrespeitam leis e acordos coletivos

A empreiteira Tomé é campeã de reclamações dos trabalhadores, conforme apurado pelo vice-presidente do Sintracomos, Luiz Carlos de Andrade, durante as assembleias.

As reclamações vão desde a distribuição de horas extras apenas para o pessoal de outras cidades, regiões e estados até sonegação de FGTS (fundo de garantia por tempo de serviço).

O sindicalista denuncia que a empreiteira paga o trabalho de domingos e feriados como dias normais e pratica o banco de horas sem acordo com o sindicato

Segundo Luiz Carlos, os trabalhadores são demitidos sem pagamento da participação nos lucros ou resultados (plr) e ajudantes praticam tarefas de montadores de andaimes.

Em dezembro, a empresa atrasou o pagamento do 13º e emite comunicações de acidentes de trabalho (cat) sem afastamento dos acidentados.

O sindicato aponta ainda que a Tomé, na empresa Vale Fertilizante, paga salários e vale alimentação abaixo dos valores praticados na refinaria.

Nessa empresa, os operários não têm água para banho ao final das jornadas de trabalho e a data de pagamento foi alterada do final do mês para o quinto dia útil do mês seguinte, sem comunicação prévia.

Além disso, atrasa quitações rescisórias sem pagar a multa de 40% prevista no artigo 477 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Também mudou de banco para pagamento sem avisar aos empregados.

O sindicalista aponta que os cargos de chefia, na área de solda, são todos preenchidos por empregados de fora. Segundo ele, a empresa faz ‘lista negra’ de demitidos e manda para outras empresas.

Segundo Luiz Carlos, o engenheiro traz o pessoal de fora e o encarregado força os montadores de andaimes a ‘furarem’ a greve.

“Não bastassem essas aberrações”, reage Luiz Carlos, “a Tomé atrasa o pagamento de quitações por demissões e não paga as multas por atrasos estabelecidas em acordo coletivo”.

Empreiteira rebaixa salário

A empreiteira Potencial, que procurou o TRT junto com a Tomé, rebaixou o salário dos encarregados de limpeza de R$ 14 para R$ 11,76 por hora.

A mesma empresa paga os salários dos meio oficiais abaixo dos ajudantes. E o supervisor ameaça os grevistas com demissões sumárias.

A Manserv, não paga a periculosidade de 30% nos extras.

A TGB não pagou o feriado municipal de 31 de março e mantém os trabalhadores por mais de duas horas no transporte por conta de baldeações.

Na Elfe, o engenheiro pressiona e ameaça o pessoal da elétrica e instrumentação. E a Meta ainda não pagou a segunda parcela da ‘plr’, conforme o acordo coletivo