Indústria de Cubatão pode ter greve na segunda-feira
3 de maio de 2013
É bem provável que os cerca de 10 mil operários das empreiteiras que prestam serviços ao polo industrial de Cubatão e cidades vizinhas amanheçam em greve, na segunda-feira (6). A decisão será tomada em assembleia, às 18h30 desta sexta-feira (3), na subsede cubatense do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos). Seu presidente, Macaé Marcos Braz de Oliveira, diz que, “se isso acontecer, a responsabilidade será única e exclusiva das empreiteiras que prestam serviços à Petrobras”. “Não sou vidente”, diz o sindicalista, “mas, pela postura das empresas na mesa de negociação, é possível prever a o resultado da assembleia e a paralisação a partir de segunda-feira”. Segundo ele, a diretoria do sindicato sempre adverte a direção da Refinaria Presidente Bernardes para orientar as empreiteiras da ‘parada’ a fazerem acordos coletivos de trabalho. “Foi feito assim, em 2012, e não houve problema de grandes medidas nas relações entre trabalhadores, empresas e a própria unidade da Petrobras”, lembra o sindicalista. ‘Parada’ é o nome que se dá ao processo de manutenção dos equipamentos. Os trabalhadores que trabalham nessas operações, quando a produção é suspensa localizada e temporariamente, são os ‘paradeiros’. Esses operários normalmente vêm de outras regiões de São Paulo e principalmente de outros estados. Muito conscientes, organizados e mobilizados, o sindicato estima que hoje eles sejam 3 mil. “Neste ano de 2013, os empresários e a estatal não deram ouvidos à orientação do sindicato e já começam a surgir os primeiros e justos descontentamentos dos operários”, adverte Macaé. “Essas questões certamente darão muito que falar, juntamente com o resultado das negociações sobre a data-base. Ainda dá tempo dos patrões evitarem maiores problemas. Basta atender a categoria”. A principal reivindicação da campanha salarial é o reajuste com base na inflação de 12 meses, mais aumento real de 8%. E vale-alimentação de R$ 20 em todas as empresas. A grade salarial é outro ponto importante da pauta: “As empresas, infelizmente, nas três negociações realizadas até agora, demonstraram bem pouca vontade em relação ao assunto”, diz Macaé. A assembleia está convocada nos termos da lei de greve (7783-1989) e lotará a subsede do sindicato, na Avenida Joaquim Miguel Couto, 337, como já aconteceu inúmeras vezes, prevê o sindicalista. No ano passado, a greve foi de 12 dias. A maior concentração de grevistas é no portão 10 da RPBC, mas há 14 outros pontos de grande mobilização, em diferentes indústrias. Texto Paulo Passos. Foto Arquivo