Presidente Macaé sai ‘frustrado’ de reunião com empreiteira no MTE em SP

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29 de maio de 2014

 

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial, Macaé Marcos Braz de Oliveira, saiu “frustrado” da mesa-redonda desta quarta-feira (28), em São Paulo, com o consórcio Tomé & Technip, sobre a greve de 4.800 operários, que já dura 24 dias, na Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC Petrobras).  “Se fosse para apresentar isso, nem precisaria fazer a reunião. Subi a serra animado, pensando no empate de um a um ou zero a zero, sem vencido nem vencedor, mas a intransigência patronal falou mais alto”, disse o sindicalista, após encontro com a empresa, no escritório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na capital. O consórcio propôs ao sindicato o que foi julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), quarta-feira passada (21): reposição salarial de 7,34%, extensiva aos benefícios, e compensação de 75% dos dias parados, com desconto dos demais 25%. Às 9 horas desta quinta-feira (29), a assembleia avaliará o resultado da reunião. A mesa-redonda foi mediada pelo superintendente regional do MTE, Luiz Antônio Medeiros, que participará, pela segunda vez, nesta quinta-feira (29), da assembleia dos operários. Na manhã desta quarta (28), Medeiros também esteve na assembleia, que decidiu pela continuidade da greve.  Macaé chegou a propor à empreiteira que mantivesse a proposta que ela apresentou em 19 de maio: 10% de correção salarial, vale-refeição de R$ 20 por dia, participação nos lucros ou resultados (plr) de 1,3 salário e pagamento dos dias parados. Essa proposta vem sendo recusada pelas seguidas assembleias. “Mas eles não quiseram mantê-la e voltaram ao que foi decidido pela Justiça do Trabalho. A diretoria do sindicato colocará a nova proposta em votação e quem decidirá são os trabalhadores”, diz o sindicalista. Ele afirmou algumas vezes que foi para a mesa-redonda “com boas expectativas”, mas que saiu de lá “decepcionado”. A assembleia desta quarta-feira foi esvaziada pela decisão da Tomé Technip de não escalar os ônibus que diariamente pegam os trabalhadores nas imediações de casa e os levam ao trabalho. Dos 4.500 homens que normalmente participam das assembleias, cerca de 500 estiveram lá nesta quarta (21).

Governador
Nesta terça-feira (27), havia expectativa de que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) buscasse entendimentos entre o sindicato e o consórcio empresarial, a pedido do deputado estadual Ramalho da Construção (PSDB).  Macaé ainda acredita nessa possibilidade e também procurou ajuda do presidente nacional da central Força Sindical, Miguel Torres, que ficou de conversar com Geraldo Alckmin, Luiz Medeiros e o deputado federal Paulinho da Força (SDD-SP).  “Pedi a eles para conversarem com o governador, com o ministro do Trabalho (Manoel Dias) e com a presidente da Petrobras (Maria das Graças Silva Foster)”, diz Macaé.  “Queria ver abertos esses canais de negociações porque a direção regional do consórcio já deu o que tinha que dar em termos de intransigência”, reclama o sindicalista.  Ele ainda espera que a empreiteira “atenda as reivindicações, ponha fim ao impasse e inaugure um diálogo realmente sincero com o sindicato e os trabalhadores”. “Muito dessa revolta que hoje assistimos na categoria se deve às péssimas condições diárias de trabalho, que acaba explodindo na campanha salarial”, pondera Macaé.  O sindicalista defende que “a negociação entre as partes seja permanente, e não apenas por ocasião da data-base, como têm de ser as relações de trabalho num país civilizado”.

Manifestação isolada  Sindicato condena fogo em ônibus na greve de Cubatão
O incêndio de um ônibus nas –  imediações da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC Petrobrás), na manhã desta terça-feira (27), “não tem nada ver com greve de campanha salarial”.  A declaração é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos), Macaé Marcos Braz de Oliveira. “Não sei quem cometeu o vandalismo”, diz o sindicalista. “Pode até ser gente infiltrada, para denegrir a nossa luta. Mas isso cabe à polícia e à segurança da refinaria responder”. “De uma coisa, todos podem ter certeza: não foi nenhum diretor do sindicato nem trabalhador próximo da diretoria”, diz Macaé. “Nosso movimento é basicamente reivindicatório e pacífico”.  O incêndio ocorreu pouco antes da assembleia que aprovou a continuidade da greve dos 4.800 operários do consórcio Tomé & Technip, que presta serviço à RPBC.  Na segunda-feira (26), um pequeno grupo de trabalhadores, também voluntariamente, independente do sindicato, bloqueou por 30 minutos a rodovia Cônego Domênico Rangoni, após a assembleia. Texto Paulo Passos.  Foto Vespasiano Rocha. Atualização Joca Diniz.