Governos federal e estadual mediam impasse em Cubatão

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28 de maio de 2014

Haverá nova assembleia nesta quarta-feira, às 7h30, na portaria principal da refinaria

O superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em São Paulo, Luiz Antônio Medeiros, estará na assembleia dos operários terceirizados de Cubatão, às 7h30 desta quarta-feira (28).  Às 15h30, ele mediará mesa-redonda, em São Paulo, entre o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos) e consórcio Tomé & Technip.  Por outro lado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) buscará entendimentos entre o sindicato e o consórcio empresarial, a pedido do deputado estadual Ramalho da Construção (PSDB).  Os entendimentos são decorrentes de pedido do presidente do sindicato, Macaé Marcos Braz de Oliveira, a Ramalho e ao deputado federal Paulinho da Força (SDD-SP).  Macaé procurou também o presidente nacional da central Força Sindical, Miguel Torres, que também conversou com Geraldo Alckmin, Luiz Medeiros e Paulinho da Força.  Ramalho é presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo, o maior da América Latina, e um dos vice-presidentes nacionais da Força Sindical.  “Pedi a ele para conversarem com o governador, com o ministro do Trabalho (Manoel Dias) e com a presidente da Petrobras (Maria das Graças Silva Foster)”, diz Macaé.

“Queria ver abertos esses canais de negociações porque a direção regional do consórcio já deu o que tinha que dar em termos de intransigência”, reclama o sindicalista.  Ele espera que, na mesa-redonda desta quarta-feira, as empreiteiras “atendam as reivindicações, ponham fim ao impasse e inaugurem um diálogo realmente sincero com o sindicato e os trabalhadores”.  “Muito dessa revolta que hoje assistimos na categoria se deve às péssimas condições diárias de trabalho, que acaba explodindo na campanha salarial”, pondera Macaé.  O sindicalista defende que “a negociação entre as partes seja permanente, e não apenas por ocasião da data-base, como têm de ser as relações de trabalho num país civilizado”.

Manifestação isolada:   Sindicato condena fogo em ônibus na greve de Cubatão

O incêndio de um ônibus nas imediações da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC Petrobrás), na manhã desta terça-feira (27), “não tem nada ver com greve de campanha salarial”.  A declaração é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos), Macaé Marcos Braz de Oliveira.  “Não sei quem cometeu o vandalismo”, diz o sindicalista. “Pode até ser gente infiltrada, para denegrir a nossa luta. Mas isso cabe à polícia e à segurança da refinaria responder”.  “De uma coisa, todos podem ter certeza: não foi nenhum diretor do sindicato nem trabalhador próximo da diretoria”, diz Macaé. “Nosso movimento é basicamente reivindicatório e pacífico”.  O incêndio ocorreu pouco antes da assembleia que aprovou a continuidade da greve dos 4.800 operários do consórcio Tomé & Technip, que presta serviço à RPBC.  Ontem, segunda-feira (26), um pequeno grupo de trabalhadores, também voluntariamente, independente do sindicato, bloqueou por 30 minutos a rodovia Cônego Domênico Rangoni, após a assembleia.

Greve

A greve continua porque a empreiteira não aceita pagar os dias paralisados. Os trabalhadores aceitaram a contraproposta da empresa anterior ao julgamento no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP).  Ela é a mesma que havia sido recusada em assembleias precedentes: 10% de correção salarial, vale-refeição de R$ 20 por dia e participação nos lucros ou resultados (plr) de 1,3 salário.  A proposta foi reapresentada ao presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial, Macaé Marcos Braz de Oliveira, na noite de quinta-feira (22).  Só foi rejeitada por não prever o pagamento dos dias parados, fator que o sindicalista pretende reverter, em negociações. Nesta quarta-feira (28), haverá nova assembleia.  Na quarta-feira passada (21), o TRT arbitrou reposição salarial de 7,34%, extensiva aos benefícios, declarou a greve abusiva e determinou a compensação de 75% dos dias parados, com desconto dos demais 25%. Texto Paulo Passos. Foto Vespasiano Rocha. Atualização Joca Diniz.